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Não te apresses em chegar, peço. Sinto-te próximo, como dantes, e não temo por isso, mas peço que te demores. Quem sabe assim também te demoras a partir.
Não há medo, mas cautela. Anseio que sejas duradouro, posto que “eterno enquanto dure”. Assim, quando resolver entrar por aquela porta, a mesma que para você sempre esteve aberta, imploro, conte os passos e demora-te.
Nós bem sabemos, sou um homem de poucos amores e muitas paixões, teimoso em amar e intenso em viver. Sinto-me curado da sua última partida, compreendo que foi o melhor para ambos, mas demore um pouco mais dessa vez. Vai ser melhor assim. Assenta-te no banco em frente ao portão do meu coração e faça hora, observe o céu, conte os pássaros na praça, dê algumas voltas nos quarteirões da minha alma e depois de muito refletir, chegue.
Saibas, inclusive, que aquele coração duro já não existe, por isso insisto, não é medo, mas reverência. E quando chegar, puxe uma cadeira, o café estará quente, a mesa estará posta, a cama pronta e a casa cheia de esperança.
Entendes? Quero que venhas pra ficar, sem planos de partida. É mais do que cautela, é desejo de que seja a última vez até que a morte nos separe; melhor, até que a morte nos una para sempre.
Eu sei, é muita pretensão. Mas, pensa bem, qual de nós sobrevive sem sonhos?
Danilo said:
Belas palavras de amor, cara. Mas muito “nuclear” também, rsrs.
willcjc said:
Valeu, mano. Mas não entendi o “nuclear”. rs
Sarah Cazella said:
É isso Will! Você escreveu o que meu coração queria dizer também!
willcjc said:
Muito bom saber que te fez bem, Sah. Bjo, querida. Prossigamos!
Solidade said:
Discordando do Pessoa depois de ler seu texto. “Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.” Will, até dá pra imaginar que você recebeu alguma luz lá de cima do nosso Poetinha. 🙂 Abraço de carinho, Will! Soli
willcjc said:
Hahaha Soli, querida, quanta gentileza. Ah, o que seria de um humano sem seus amigos. Bjo, querida.
Itinerário Poético said:
Como nos mais belos cânticos, repito, “não acordeis nem desperteis o amor, até que ele o queira.” Agora, quando despertares, ressoa em mim tuas palavras, peço que te demores.Tua poesia – o que vai além das palavras – alcançam-nos e desperta-nos a esta experiência: o amor. Fico feliz por tuas palavras. Sigamos.
Abraços,
Lucas.
willcjc said:
Uau! Bom ter você por aqui, Lucas.
Mirian said:
Fantástico…vc é um poeta Will
willcjc said:
Exagero seu, Mirian. Muito grato. E que lhe faça bem. 🙂
Camila said:
Lindo!! Me lembrou Cazuza: “Eu quero a sorte de um amor tranquilo…”
willcjc said:
Eita, que felicidade. Já lembrei Chico, agora, Cazuza. 🙂
Danilo said:
Muito bom! Nego Love, sou teu fã.
willcjc said:
Haha, Valeu, Dan. Abraço, mano.
Eliane Lopes said:
Ual me prendi nestas linhas acima,quanta beleza! Parabéns.Magníficoooooooo.
willcjc said:
Que bom que gostou, Li. Sempre bom tê-la por aqui. Bjo
Suellen Costa said:
Ah o Eros que nos ronda, que ele chegue logo…rs. Belíssimo!
willcjc said:
Amém, Su! Bjo, querida.
talleslima said:
Bela carta, Will! Me fez lembrar de uma outra, em forma de música, escrita pelo Chico e que também guarda reverência ao amor: “não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio no fundo dum armário, na posta-restante… milênios, milênios no ar”
willcjc said:
Mano, muito bem lembrado. Dá até vergonha ter um texto que remete a qualquer poesia do Chico.